Amor e Respeito: passe adiante!

Sabemos que o objetivo do blog não é falar de problemas sociais, mas está impossível ficar a parte do mar de reportagens que rolam hoje sobre a tragédia ocorrida em uma escola do Rio de Janeiro, no bairro Realengo, tragédia essa que comoveu TODOS os brasileiros e que trouxe a tona questões de várias ordens: religiosa, social e de saúde.

Sem querer bancar os advogados do diabo, acreditamos que esse rapaz é também uma vítima da sociedade cruel e excludente na qual vivemos, em que aqueles que fogem dos padrões pré-estabelecidos são frequentemente criticados e muitas vezes até humilhados. É preciso ter uma mente muito bem preparada para suportar tudo isso e sair ileso.

No caso dessa tragédia, especificamente, muita gente teve sua parcela de culpa: os colegas de escola que agrediam e isolavam ele; os pais dos colegas que não repreenderam tais atitudes em seus filhos; os professores que fizeram vista grossa e não tomaram as atitudes certas no momento necessário permitindo que esse menino fosse rejeitado e humilhado pelos colegas; a família do rapaz subestimou seu comportamento introspectivo sem imaginar o turbilhão de coisas que passavam pela cabeça dele e a proporção que essas coisas poderiam tomar; a sociedade com sua tendência cada vez mais individualista e que está ocupada demais para se preocupar com os problemas do próximo; o estado que não investe como deveria na capacitação dos profissionais para que estes estejam aptos a reconhecer "welligtons" em potencial para que esses tenham seu psicológico trabalhados precocemente, a fim de evitar "explosões" como esta.

É importante que os educadores (escola e família) estejam atentos a comportamentos tidos como excelentes, sendo estes muitas vezes associados aos individuos calmos que aparentemente não trazem problemas , pois, enquanto acreditamos que esses comportamentos ajudam no processo ensino-aprendizagem, naquele momento, a mente desses indivíduos "tranquilos" passeiam por vários universos que não vemos e, quando vemos, já é tarde demais.

Welligton é um monstro, sem dúvidas, mas é um monstro que NÓS criamos quando fechamos nossos olhos e tapamos nossos ouvidos para seus gritos silenciosos de socorro. E, do jeito que o mundo anda, não se espantem se nos próximos anos surgirem novos "welligtons" pelo Brasil, que, cansados de serem praticamente invisíveis perante a sociedade, resolvem chamar atenção da pior forma possível.

Esperamos que essas crianças não tenham morrido em vão e que agora sejamos capazes de refletir acerca do ocorrido e que procuremos fazer a nossa parte no sentido de evitar tragédias como essa, pois TODOS nós fomos culpados. Amor e Respeito ao próximo são os principais remédios pra essa doença!